AUTOR: Love Paper .org
ORIGINAL: Papel: Produção, Utilização e Seus Muitos Benefícios
15 de Fevereiro de 2023
Há vários tipos de papel, e para cada tipo, há uma utilização diferente, além de seus benefícios e importância para os diversos setores produtivos.
O papel é utilizado no Brasil e no mundo todo, e está sempre presente em nosso dia a dia. Mas você sabe como ele é produzido?
Explicaremos neste artigo como é feito o papel, os principais tipos e detalhes sobre seu consumo.
Além disso, você também poderá aprender mais sobre o papel reciclado e como ele é produzido. Confira!
A história do papel
Antes de saber mais sobre como o papel é produzido e outras informações referentes ao assunto, temos uma pergunta: você sabe qual é a história do papel?
O papel é essencial para a sociedade e para diferentes funções, sendo uma opção sustentável do início do seu processo produtivo até o final do seu ciclo de uso.
Mas não é de hoje a importância do papel, afinal, desde o começo da humanidade existia a necessidade de registrar pensamentos e acontecimentos.
Antes da criação do papel, as pessoas utilizavam outros materiais para esses fins, como o pergaminho, feito de couro de animais, e o caule da planta papiro.
Foi no ano 105 d.C., que o papel, como conhecemos hoje, foi descoberto pelo chinês T’sai Lun, que percebeu que o papel absorvia melhor a tinta utilizada para escrita.
Após isso, o papel foi sendo adotado por outras culturas, que começaram a usá-lo para diferentes fins, por exemplo, na produção de livros.
Quais são as etapas para a produção do papel?
Agora que você já sabe mais sobre como foi criado o papel, que tal saber como é feita a produção dele atualmente?
Em suma, a madeira é cortada em matéria-prima fibrosa, que depois é transformada em celulose, que por fim é transformada em papel.
Abaixo, explicaremos esse processo detalhadamente, para você entender melhor sobre as etapas da produção do papel.
1. Preparo da matéria-prima
Tudo começa com a plantação das árvores que serão usadas como matéria-prima. Milhares de novas árvores são plantadas diariamente para produção de papel. No Brasil não se usa árvores das matas nativas. Por isso, papel não desmata!
Depois as árvores são colhidas, descascadas e a madeira é cortada para gerar toras, que são lascadas posteriormente.
Após isso, são transformadas em cavacos, que nada mais é do que deixar a madeira em pedaços pequenos.
A casca também é separada nessa etapa, para ter outros fins, como a produção de combustível, assim, ela não é desperdiçada.
Também se usa muito papel velho, reciclado, como matéria-prima para fabricação de papel novo. No Brasil, recicla-se 70% de todo o papel.
2. Polpação e lavagem da madeira
Aqui, acontecem processos de polpação, que retiram a lignina, que é uma parte inutilizável da madeira na fabricação do papel.
A lignina é dissolvida nesse processo, restando a polpa, formada de celulose, e um subproduto desse processo, o licor preto.
Com a polpa feita, livre da lignina, é preciso lavar para tirar possíveis impurezas e outros resíduos.
Os produtos químicos utilizados na polpação e que estão presentes no licor preto, são recuperados e reutilizados na própria fábrica de celulose. O que resta é usado como combustível, de modo que nada desse resíduo é jogado na natureza.
3. Branqueamento
O papel branco é alcançado por meio de uma alteração química feita na celulose durante a etapa de branqueamento.
No branqueamento, vários componentes são usados para produzir papéis brancos, incluindo cloro, dióxido de cloro, hipoclorito e ozônio. O cloro pode ser muito perigoso, dependendo de como é utilizado. Já há muito tempo essa utilização nas indústrias de celulose é segura e não causa contaminações perigosas ao meio-ambiente.
4. Preparação da massa
Após passar pela etapa de branqueamento, a polpa é transformada em uma pasta, e isso ocorre devido a diversos tratamentos com aditivos químicos e até alterações de temperatura.
Com esses tratamentos e alterações, é possível fazer com que o papel seja resistente à umidade, proporcionar a cor da folha, entre outras características.
Cada modelo tem uma preparação diferente, para conseguir as características próprias desse tipo.
5. Fabricação do papel
É nessa etapa que, enfim, o papel será fabricado.
Para isso, é acrescentada a pasta formada nas demais etapas em uma máquina específica para fabricação de papel.
Essa máquina retira o restante de água da pasta, e, posteriormente, o produto obtido passa por equipamentos que vão finalizar a produção, como, por exemplo, a desenroladeira.
Assim, é possível dar ao papel as características necessárias, seguindo as especificações do fabricante.
Quantos tipos de papéis existem?
Existem mais de 100 tipos de papéis, que podem ser utilizados para diversos fins, como para impressão de livros e materiais gráficos, embalagens, sanitários e muitos mais.
Não podemos esquecer que, além dos tipos, há também diferentes gramaturas, então as possibilidades de uso são infinitas.
O tipo de papel mais utilizado no Brasil é o sulfite, que está presente em diversos locais, como em escritórios e escolas.
Também há o tipo couchê, muito utilizado pela indústria gráfica para impressão de alta qualidade.
Podemos também citar o kraft, muito utilizado em embalagens e caixas, e o tipo jornal, que, claro, é usado para impressão de jornais diversos.
Além desses acima, há os papéis com uso doméstico, como o papel higiênico, o tipo de papel conhecido como “papel toalha” e o papel manteiga.
Qual a diferença entre papel e papelão?
Você deve estar se perguntando se o papelão é um tipo de papel, afinal, ele é muito presente em nosso cotidiano e não citamos acima.
Sim, o papelão é considerado um tipo de papel, já que também é feito a partir da celulose e possui a sua produção semelhante, com apenas algumas especificidades.
Quando falamos de diferença entre papel e papelão, entenda papel como o papel tradicional, aquele leve, mais flexível, como o papel sulfite.
Tendo isso em mente, a principal diferença entre os dois é a resistência, pois o papelão é mais resistente do que o papel.
Além disso, o papelão é mais grosso, assim, pode ser utilizado, por exemplo, em caixas para transporte de mercadoria.
O uso do papel no Brasil
Vale ainda destacar que, no Brasil, o consumo de papel por habitante chega a cerca de 43 kg por ano. Um valor baixo quando comparamos a outros países.
Mas, você sabe onde esse papel é consumido? Quando mencionamos o uso do papel nos vem à mente livros, jornais, panfletos e revistas. Mas esse uso vai muito além.
O papel tem ganhado destaque por ser uma alternativa sustentável, já que é obtido de matérias-primas renováveis, é muito reciclado e biodegradável.
Com isso, é comum o uso de papel, papelão e cartão para fazer embalagens, copinhos, canudos, sacolas e outros produtos para o uso cotidiano.
Ou seja, o uso do papel no mundo não se limita ao material impresso e documentos, ele vai além e alcança os mais diferentes setores na vida pessoal e empresarial.
Quais são os setores produtivos que mais consomem papel?
O papel está presente nos mais diversos setores da sociedade.
No Brasil, os papéis para imprimir e escrever representam cerca de 20% da produção total de papel.
Nesse cenário estão as empresas, escolas, escritórios, uso pessoal, editoras e meios de comunicação.
Além disso, 53% da produção de papel é destinada às embalagens.
Nesse, os setores produtivos que se destacam são o e-commerce e empresas de forma geral, que oferecem produtos físicos.
Por fim, 13% da produção é para papéis sanitários, que tem o uso pessoal em destaque, tanto em empresas, como em casas e ambientes públicos.
Como é feita a reciclagem do papel?
A reciclagem do papel é possível e a partir dela pode-se obter diversos tipos novos de papéis, principalmente papel, cartão e papelão para embalagens.
Mas como é feita a reciclagem para transformar um papel velho em um novo e utilizável?
O processo de reciclagem é bem parecido com o processo de produção, já que reaproveita as fibras de celulose do papel já usado.
Porém, o processo de reciclagem é menos intenso do que o processo de produção do papel original.
Basicamente, o papel já utilizado é misturado com água, após isso é depurado e lavado para eliminar contaminantes.
E então, ocorre a destintagem, para remover as partículas de tintas, e, caso ainda não esteja branco o suficiente, passa pelo processo de branqueamento com alvejantes. Dependendo do uso, esse branqueamento não é necessário.
Com isso, a pasta obtida pode, enfim, seguir para as próximas etapas, que são as mesmas da fabricação do papel virgem, como explicado mais acima.
Quais são as consequências do papel para o meio ambiente?
Embora já tenhamos esclarecido sobre a produção, tipos e consumo do papel, você sabe quais as consequências dos diferentes processos para o meio ambiente?
Ao contrário do que muitos dizem, o papel não é um produto inimigo da natureza. Ele, inclusive, é uma excelente alternativa ao consumo de outros materiais usados frequentemente para substituí-lo.
Outro fator relevante sobre as o papel é que sua produção não é realizada com florestas naturais. As árvores usadas para a fabricação de papel no Brasil são plantadas exclusivamente para essa finalidade.
Essas plantações são feitas em áreas que já eram usadas antes pela agricultura e pecuária. Muitas vezes em solos que estão degradados. Nesse caso, o cultivo de árvores para papel ajuda a recuperar essas áreas.
Ou seja, embora existam muitas informações contrárias e até mesmo falsas sobre o assunto, como você pôde ver a produção e o consumo do papel têm muitos impactos positivos no meio ambiente.
Qual o consumo do papel no Brasil e no mundo?
Como já dito anteriormente, o Brasil consome menos papel que grandes potências mundiais e países mais desenvolvidos.
Isso ressalta a importância que ele tem, mesmo em meio aos avanços tecnológicos. Afinal, o consumo de informações não deve ficar restrito ao formato online.
Enquanto o Brasil consome 43 kg de papel por habitante ao ano, países mais desenvolvidos ficam acima de 150 kg, por habitante ao ano.
Veja também: Qual a maior fábrica de papel do mundo?